Me lembro da minha faculdade, iniciei o curso de Engenharia de Alimentos em 2012 na Universidade Federal de Viçosa – UFV. Cheia de boas expectativas, medo das disciplinas de engenharia e com muita vontade de aprender.
Havia disciplinas favoritas, mas também aquelas que não me dava muito bem. E o que mais pude perceber foi que as disciplinas que mais me atraíam eram aquelas em que eu percebia a sua aplicabilidade. Essas tinham o meu coração e o meu tempo de estudo. Os professores contavam histórias, casos do dia a dia de uma indústria, problemas gerados e possíveis soluções… tudo isso me instigava.
Muito curiosa que sou, decidi estudar mais, fiz mestrado e doutorado na Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP. Apesar de ir fazer mestrado (algo totalmente acadêmico) pensei que a metrópole Campinas me aproximaria do meio corporativo. Mas o fato é que eu me afastei mais. Não me arrependo de forma alguma porque conhecimento é algo que ninguém tira de nós. Mas o fato é que se eu já me sentia “despreparada” para o mercado de trabalho ao sair da graduação, o doutorado me deixou com essa sensação ainda maior. Curioso, não? E para acrescentar mais uns meses na academia, fiz pós-doutorado também na UNICAMP.
Até que, finalmente, entrei no mercado de trabalho e por aqui sigo. Sou engenheira de Processos em uma empresa de equipamentos para a indústria, onde meu foco está em indústrias de alimentos, bebidas e, fortemente, lácteos.
E sim, pasmem! O mercado de trabalho é muito diferente do que vemos na graduação, e posso afirmar que o que vemos no mestrado, no doutorado.
Na indústria tudo é mais empírico, tudo muda muito rapidamente, precisamos saber alguns temas além da engenharia de alimentos: economia, comércio exterior, automação, mecânica, gestão, marketing… e por aí vai. Na indústria tudo é muito interligado, temos que ter uma expertise de ligar informações, disciplinas, conceitos, considerações.
Mas então como a gente sai da graduação preparado para isso? Pois então… não sai!
Então, vamos colocar mais conteúdo nessa graduação? Pois então…não cabe!!
E agora José? O que faremos? Faremos uma plataforma: Alimentando Conhecimento!
Nela teremos conteúdos extras (artigos, notícias, estudos de caso, sugestões de materiais e vídeos), enviados por profissionais atuantes no mercado de trabalho. Estudantes cadastrados podem acessar a esses conteúdos para conseguir fazer um link com o que se tem visto em sala. Professores também podem acessar a aplicar estudos de caso como tarefa aos alunos.
A ideia é conectar a teoria com a prática, o ensino com a mão na massa, o profissional com o estudante e professor.
Aos alunos, obrigada desde já pela confiança, e eu espero que essa plataforma lhes instigue a serem cada vez melhores! A ideia é que essa plataforma desperte vontade de estudar, autonomia, confiança e direcionamento de possível área de atuação que mais lhe agrade.
Aos profissionais, vamos comigo alimentar conhecimento àqueles que serão nossos futuros colegas de trabalho e futuro desse país. Espero gerar um sentimento de contribuição para a sociedade e claro, compartilhar conhecimento também nos ajuda a aprender.
Aos professores, estamos juntos nessa jornada de aumentar a qualidade do ensino de graduação. Aproveite esses recursos educacionais que irão facilitar a aplicação de metodologias ativas, promover a educação interativa em sala e ainda, incitar seus alunos à reflexão de seu projeto de vida.
Obrigada a todos! Preparados? Eu estou animadíssima!!
Maria Isabel Landim Neves
Plataforma que visa a conexão entre alunos e profissionais na área de alimentos. Com o objetivo de melhor preparar o aluno para o mercado de trabalho